segunda-feira, 28 de julho de 2025

Conheceram o Ferraz da Costa?

 (Facebook, página Democracia e Dívida, 03/01/2019)

É um homem coerente, pois já era ultra-reacionário quando estudante, antes do 25 de Abril e, continuou a sê-lo mas acrescentando o ressaibo, a saudade dos bons tempos do fascismo. Como primeiro líder da CIP, representou o entulho empresarial português cuja característica, única na Europa, é ser aquele que apresenta menos habilitações do que os trabalhadores. Daí a aposta no baixo salário, no baixo investimento (excepto quanto a carros de luxo, como bons saloios) e a baixa produtividade… de onde resulta ser Portugal o país mais atrasado da Europa Ocidental. (Ver declarações de Ferraz da Costa aqui).

• Fala pouco mas diz sempre barbaridades. Na Europa há muitos países com horários inferiores a 35 h e que não são ricos – Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Hungria, Rep. Checa, Roménia e Croácia.

• Um patrãozeco português paga anualmente 25709 (pps)* contra uma média europeia de 36221 e, 35919 em Espanha ou 49711 na Bélgica, por exemplo… onde até se trabalham menos horas.

Se em Portugal o trabalho é mais barato e para jornadas de trabalho superiores é porque o empresariato é um conjunto de incapazes rascas, geradores de subdesenvolvimento.

• Não diz o Ferra(braz) que, segundo inquérito da Deco, 42% dos trabalhadores trabalha mais de 40h/semana; e que 64% do total não recebe pelas horas extraordinárias. Nem diz que o patronato – em conluio com os governos – deve de contribuições para a Seg Social, o equivalente a 12 meses do total das pensões… coisa inconcebível na Europa civilizada.

Se houvesse uma imprensa decente, tê-lo-iam confrontado com estas questões, não?

Grazia.Tanta 


(*) PPS – Paridade de poder de compra. Para os menos conhecedores dos temas económicos podem consultar o  conceito Aqui.

A economia, o PIB e a dívida

 (Por Vítor Lima, 26/02/2019)

1 – O PIB como medida de desempenho não vale nada. É muito genérico, economicista e, já nos anos 30, Kuznets, que inventou o conceito, chamava a atenção para as suas lacunas.

Por exemplo, em Portugal a economia não contabilizada vale uns 30% do dito PIB, sem contar com os serviços efetivos e essenciais que o PIB nunca contemplou; por exemplo, os trabalhos domésticos, como cozinhar, a limpeza, o cuidar das crianças, tarefas que só são medidas (quando são) se efetuadas num restaurante, com a utilização de uma empresa de limpeza ou através de um  explicador com porta aberta.

2 – Para aumentarem o PIB, os avatares de Bruxelas acrescentaram como “produtivos” os serviços sexuais das prostitutas e como investimento a aquisição de cangalhada militar. Por exemplo, a compra de uma bala de canhão, é investimento, embora nada produza, quando armazenada em Tancos ou disparada algures.

3 – O drama da dívida em geral é a sua utilidade para alimentar a volúpia financeira ou as pirâmides de Ponzi que contribuem de modo decisivo para o aumento do PIB embora não satisfaçam necessidades humanas mas, apenas a engorda de especuladores e militares. Por outro lado, a dívida pública é uma forma de captura dos rendimentos futuros de uma população, endividada sem ser consultada e onerada para o seu pagamento. Em Portugal, cada indivíduo contribui, anualmente com 900 euros só com os encargos. E, pior, ninguém sabe qual a afetação real dos empréstimos contraídos pela dita República.

4 – A satisfação das necessidades de uma população é o único critério válido para que se trabalhe; e, como hoje isso não é tecnicamente difícil, logo se coloca a questão de que trabalhar hoje, tanto ou mais do que há 100 anos, quando a jornada das oito horas era meta a atingir. Adivinhem quem se apropria dos ganhos de produtividade. E adivinhem quem gera a volúpia consumista e fomenta o endividamento para a satisfazer. E observem o grau de idiotia de quantos passam horas a olhar para écrans de vários tamanhos, viciados em imagem corrida, a forma mais superficial e manipulável de obter (des)informação.

5 – Voltando à dívida. Não conhecemos na classe política quem considere a ilegitimidade da maior parte da dívida pública. Primeiro porque foi imposta e, em segundo lugar, porque não foi afeta a nada de conducente ao bem-estar da plebe. Depois, porque a sua reestruturação nada acrescenta, sobretudo dadas as baixas taxas de juro. E, em terceiro lugar, porque ninguém sequer aventa a necessidade de um downsizing brutal nos balanços do sistema financeiro global com a eliminação da dívida ilegítima, um chamado jubileu. Há alguns anos fizemos simulações de reestruturação da dívida que, exigiriam crescimentos de 6% no diáfano PIB.



:19

 

É comum os ditos economistas desconhecererm as ciências sociais. E que, só uma abordagem da realidade que resulte da interação das várias ciências sociais, fornece realismo. O que se aprende na universidade é catecismo, baseado no empreendedorismo, na competitividade, na empregabilidade, na criação de valor e no crescimento do PIB.

Por exemplo, ver este artigo, “O economicismo ou o discurso do empobrecimento compulsivo” onde se encontra muito material sobre estas questões (https://grazia-tanta.blogspot.com/2015/05/o-economicismo-ou-o-discurso-do.html).

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Sobre a comparação entre a Pide e a AT

 

A ideia de que o controlo das pessoas em Portugal, por parte da tentacular e invasiva AT (Autoridade Tributária) vai muito mais longe do que o da antiga Pide; por várias razões, a maioria das pessoas não sentia na pele a atuação policial. Bastava-lhes serem eunucos políticos para que a Pide os não chateasse. Hoje, perante a AT e o aparelho de estado, soberanamente utilizado pela classe política, ninguém escapa à sua supervisão, eunucos políticos ou não.

Sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança (Gedeão),.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Variação da população europeia 2015/2100

 

Variação da população europeia 2015/2100

 

A variedade da dimensão demográfica no século presente baseia-se em países com pequenas populações e, em regra,  comparativamente, com uma dimensão populacional, na sua maioria com pendor decrescente.

Os países europeus mostram-se com população decrescente entre 2015 e o final do século. Os países com população crescente no período são poucos – apenas, Liechtenstein, França, Mónaco, Suécia, Suíça e UK.

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO EM 2015/2100

Países europeus

Var. População 2025/2100

      Var. %

 

Países europeus

Var. População 2025/2100

Var. %

Albania

-1.6M

-57%

 

Liechtenstein

3.5K

9%

Andorra

-35.7K

-43%

 

Lithuania

-1.6M

-57%

Austria

-1.7M

-19%

 

Malta

-185.5K

-34%

Belarus

-4.6M

-52%

 

Moldova

-1.5M

-50%

Belgium

-697.8K

-6%

 

Monaco

9.1K

24%

Bosnia & Herzegovina

-1.8M

-56%

 

Montenegro

-306.7K

-48%

Bulgaria

-3.2M

-47%

 

Netherlands

-839.3K

-5%

Croatia

-1.7M

-44%

 

N. Macedonia

-950.8K

-52%

Czechia

-2.4M

-22%

 

Norway

-209.5K

-4%

Denmark

-139.3K

-2%

 

Poland

-18.8M

-49%

Estonia

-518.7K

-39%

 

Portugal

-1.7M

-16%

Europe

-152.2M

-20%

 

Romania

-8.1M

-43%

Finland

-1.0M

-18%

 

Russia

-17.6M

-12%

France

1.8M

3%

 

San Marino

-2.4K

-7%

Germany

-13.1M

-16%

 

Serbia

-3.0M

-45%

Greece

-3.7M

-37%

 

Slovakia

-2.1M

-37%

Hungary

-2.2M

-23%

 

Slovenia

-485.0K

-23%

Iceland

-35.7K

-9%

 

Spain

-14.8M

-31%

Ireland

-21.9K

0%

 

Sweden

710.3K

7%

Italy

-23.8M

-40%

 

Switzerland

158.7K

2%

Kosovo

-579.4K

-35%

 

UK

4.8M

7%

Latvia

-928.2K

-50%

 

Ukraine

-23.8M

-61%

K - milhares           M - milhões     

https://population.un.org/wpp/

 

A população europeia é, em grande maioria, uma população envelhecida, com baixa natalidade, com pendor decrescente no século XX; mesmo que a Europa seja o destino de gente vinda de África, América e Ásia.

As situações mais marcantes no sentido do decrescimento das populações evidenciam-se no Leste, como acima se pode observar. Destacam-se, entre outros países, Ucrânia (-61%), Albânia (-57%), Lituânia  (-57%), Bósnia-Herzegovina (-56%), Bielorrússia (-52%), Macedónia do Norte (-52%), Letónia (-50%), Moldávia (-50%), Letónia (-50%), Polónia (-49%), Montenegro (-48%), Bulgária (-47%),

Inversamente, as situações mais sólidas quanto ao crescimento populacional mostram-se em: Mónaco (24%), Luxemburgo (10%), Liechtenstein (9%), Suécia (7%), UK (7%), França (3%), Suíça (2%) Irlanda (0%). Entre estes estão presentes três pequenos estados; e, somente quatro, situados na faixa ocidental da Europa.

Como se pode observar, os países com os casos de crescimento demográfico são poucos os situados na faixa ocidental da Europa.

Grazia.tanta@gmail.com                                                                  18/02/2025